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Mostrando postagens de outubro, 2011
Um epílogo desta alma, pra esta alma que desconhece se é verdadeiramente alma, se é verdadeiramente algo, ou qualquer coisa que o valha. Um epílogo desta alma ? Uma flor descolorida, coisa inútil que, sozinha, insiste em colecionar memórias do que não foi, saudades do que não vem. Um epílogo desta alma: A síntese da espera no calor da paciência que implora pra não partir; Que grita, quase entediada, "Sossega ! que o amor não rima sozinho não pede rima, sozinho, só quer chorar". Um epílogo desta alma, desalmada criatura, paradoxo da ternura que mata pra proteger o viver, querer amor o deixar que seja amor o abraço da própria sorte... O gracejo, que é amor.
some kind of fear and the wind dances his cold coreography whispering through the leaves loneliness steps i can hear under the rain that wake me up to find you away away away wonder why hurts my thoughts voices from the clouds calling me they say i could go walking they say they have wings for me they say they will come down to me and grab the silence of my dreams that never ever ever let them sleep they twitch to rest in peace some selfish tears from bruises you lick them that is just the start dear your scars will not let you close your eyes beneath the embrace of the heavy clouds that i have been talking they have been hidding all those stars hidding all that shine i know so i shut myself when the lips that i expect to say they care just stay open waiting for more and more and more food maybe if i could really follow those clouds i could go through the storm i could find the  endearment i need by catching a  thunder or two maybe i can  leave all my memories now
   Desisto de todos os sonhos que não o relatam; rendo-me ao teu egoísmo artífice de devaneios que cometem sorrisos em horários inaptos (de devaneios, aliás, que não cessam). Deixo-me sufocar na melodia que crias para circundar-me e a repito uma, duas, mil vezes: estou viva ! Estou viva e embevecida !    Sonhara, quisera... Quisera tanto a garra da ousadia de dizer-te: Amo-te ! com um amor que envolve dimensão maior que a união de todas as constelações que os olhos não alcançam. Amo-te, com o amor de uma vida inteira.
   Ouvia-se o vento; sentia-se cheiro de sal, do silêncio... O sol esparramava-se por todo o céu e cingia a areia à medida que nascia. A brisa era quente e confortável, com ares da noite fria.    Dois frente ao mar, às suaves ondas da manhã.    Uma mão estendida. "Quando esta fora minha, preferiu atirar-se ao mar...". A mão persistiu. "...É o meu mergulho agora.", olhares cruzaram-se e foi permitido às mãos que se tocassem, que se unissem pra adornar e fazer parte do horizonte.    "Vem comigo".

De uma Manhã

Solitude - inverno das companhias, mãe dos sonetos, das horas vazias, estimada criadora de versos, ladra de alvoradas -, como te espero ! Invoco tua voz, tua pesada mão, rogo por tua paz; quede, Solidão ? Pois me angustia, tamanha alegria no receio de encontrá-la outro dia... Boa ventura que meus anseios todos juntos para o intento de envolvê-lo, guardá-lo no desfecho de meus sonhos, Entregar todo o afeto de meu zelo, toda a estesia deste bem querer; Dar a este amor força para crer.
   Clamando palavras que não vêm... Quisera poder tecê-las, então, na tentativa de atenuar este desconsolo que, aflito, em mim não cabe mais e não me larga. E não me deixa.    Não vens, nunca chegas, todavia, desde já e desde sempre estou a lamentar tua partida e para avolumar meu padecer, sepultaram-se as palavras, sequer um verbo me restou.    Ao vislumbrar-me acompanhada, porém, estimo minha quietação intrínseca; julgo ser o silêncio o enternecer dos âmagos, da companhia cujos verbos principia a emprestar-me e aninhar-me para adormecer - ainda que a autêntica solidão não permita.
   O céu estava cinza porque estava nublado - pois, continuaria cinza, ainda que o filme não fosse em preto e branco -, anunciava-se a chuva... Por entre as nuvens pesadas, umbrosas como aquelas que usualmente revestem castelos mal assombrados, brilhava manso o sol, discreto. O vento fazia-se ouvir soprando frio.    Era uma grande casa - que parecia um país inteiro, que parecia no meio do nada -, de tijolos cinza (mas, a partir daqui, as cores tornam-se contestáveis), com muitas janelas de vidro de armações brancas e adornadas. Era uma grande casa, circundada por um grande jardim com algumas árvores, alguns arbustos, alguns com folhas, alguns despidos, e pedras brancas e pretas, pequenas e grandes. Havia bancos e mesas adornados como as janelas em certos pontos do jardim... E lá estavam, em um dos cantos, sentados frente a uma mesa e sobre ela, um tabuleiro e um pedaço de papel. Cada palavra escrita era uma palavra dita por uma voz que gelava mais que o vento. As mãos tocavam-se, pela

Domingo no Parque - Gilberto Gil e Os Mutantes

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O rei da brincadeira Ê, José! O rei da confusão Ê, João! Um trabalhava na feira Ê, José! Outro na construção Ê, João!... A semana passada No fim da semana João resolveu não brigar No domingo de tarde Saiu apressado E não foi prá Ribeira jogar Capoeira! Não foi prá lá Pra Ribeira, foi namorar... O José como sempre No fim da semana Guardou a barraca e sumiu Foi fazer no domingo Um passeio no parque Lá perto da Boca do Rio... Foi no parque Que ele avistou Juliana Foi que ele viu Foi que ele viu Juliana na roda com João Uma rosa e um sorvete na mão Juliana seu sonho, uma ilusão Juliana e o amigo João... O espinho da rosa feriu Zé (Feriu Zé!) (Feriu Zé!) E o sorvete gelou seu coração O sorvete e a rosa Ô, José! A rosa e o sorvete Ô, José! Foi dançando no peito Ô, José! Do José brincalhão Ô, José!... O sorvete e a rosa Ô, José! A rosa e o sorvete Ô, José! Oi girando na mente Ô, José! Do José brincalhão Ô, José!... Juliana girando Oi
You won't remember... That's ok, When everything is born to be forgot, someday. These steps are calling me to leave. These steps won't take me back, we disagree. I'll give you a flower, You may remind it.
   "Anipnia". Parece um termo médico (e talvez o seja, vá dizer...)    Tem um balanço quebrado ao lado de um pé de romãs doente. Um balanço de madeira apodrecida pela chuva, madeira velha... O vento sopra, o balanço range, o vento sopra, despenca outra romã.    Consome, destrói - e não há ninguém lutando contra.    Tem esta noite quente; o vento sopra e os olhos ardem. Qualquer tentativa de mover-me afoga-se na inércia inexorável... Este ócio não me dá vontade de tentar. Este ócio me deixa inclinada às reticências...    A nuca dói e a vista escurece. Outra palavra descoberta, eu quero... Não temê-la. Acreditar.    O vento sopra, o balanço range, despenca outra romã... E nasceu uma rosa branca, no canteiro do outro lado.